Ao contrário do que os buracos e a ausência de asfalto sugerem, o transporte não é maior problema para as empresas instaladas na Avenida Salvador Rípoli, no bairro Santa Luiza, em Ribeirão Pires.
Há meses, os empresários reclamam que o furto de fios de telefonia está deixando as firmas sem comunicação, impedindo o funcionamento e causando prejuízos financeiros.
Revestido por uma fina camada colorida, o fio que transmite o serviço de telefone e internet é de cobre, daí o interesse dos criminosos, que conseguem vender o material em ferro-velho.
Perto dos postes na avenida é possível encontrar inúmeros fios soltos. Uma rápida visualização permite enxergar as emendas nos cabos. Ontem, enquanto a equipe do Diário percorria o bairro, um técnico trabalhava no reparo da fiação.
Gerente comercial da Sky Corte Laser, Henrique Yamamoto afirma que o problema sempre existiu, mas em frequência menor.
"Agora virou rotina, parece até brincadeira. Pelo menos uma vez por mês ficamos sem sinal", afirmou.
Embora o serviço seja restabelecido com rapidez, não ultrapassando 48 horas, os prejuízos são sensíveis logo ao primeiro sinal de falha.
"Para garantir a empresa, precisamos fechar contratos na ordem de R$ 25 mil por dia. Sem telefone e internet, perdemos contato com os clientes", reclamou.
Outras empresas sediadas na Avenida Salvador Rípoli também sofrem com a ausência momentânea do serviço.
Na Pro Stamp Projetos e Ferramentaria, a perda do sinal faz com que funcionários fiquem ociosos no trabalho,
"Utilizamos softwares corporativos e outros serviços online que ficam inutilizados sem a conexão com o servidor", afirmou o supervisor Osvaldo Dandalo.
Delegado titular de Ribeirão Pires, Roberto Borges afirmou que a polícia não tem informações sobre a existência de quadrilha especializada em furto de fios de telefone no município, mas que irá investigar o caso.
Segundo a Telefônica, de janeiro a julho, dos 18,8 quilômetros de cabos furtados no Grande ABC, sete quilômetros foram levados de postes de Ribeirão Pires. São Bernardo lidera o ranking regional com pouco mais de oito quilômetros furtados.