Deborah Moreira
Do Diário do Grande ABC
O macaco-prego Chico Manco, 22 anos, vai deixar saudades na Vila Real, em Mauá, por onde circulava há uma semana, depois de fugir do mantenedouro da Estância Santa Luzia. Um vendaval acabou afrouxando a grade, e o primata conseguiu escapar. Ontem, foi capturado às 13h30 pela equipe do parque - que mantém viveiro para cerca de 300 animais - com apoio da população.
Segundo o biólogo Ronaldo Morais, coordenador cultural da estância, desde cedo a equipe ficou de tocaia. "Cercamos ele em uma árvore e uma moradora deu queijo com sedativo. Ele comeu duas vezes e acabou caindo da árvore numa moita", conta o biólogo.
Já a veterinária Natália Rios lembra que o sucesso da empreitada só foi possível com a colaboração da população, que não ofereceu mais alimentos.
Fabiana Luciato Almeida, 30 anos, foi uma das moradoras que ajudou no resgate. "Ele se apoderou da minha casa e acabei virando amiga dele. O Chico Manco passou a confiar em mim." Sua sogra, a dona de casa Nair José de Almeida, 59, chegou a ficar assustada com o animal, "Ele destelhou minha casa durante uma noite. Mas aí a gente viu que ele estava agressivo porque tinha fome. Foi então que começamos a dar comida e ele ficou tranquilo", contou Nair.
A estudante Paloma Cristina Silva, 16, se apegou tanto ao animal que chegou a chorar quando Chico Manco foi levado. "A veterinária vai me levar para vê-lo no sábado", afirma.
"Estivemos duas vezes no local e fizemos boletins de ocorrência. Temos equipamentos, mas somente um veterinário está autorizado a dar anestésico", declarou a tenente Paola Mele, que comanda a Polícia Ambiental no Grande ABC.