A inclusão produtiva da agricultura familiar, um dos eixos do Plano Brasil Sem Miséria no meio rural, vai levar às gôndolas de supermercados ervas medicinais produzidas em sete municípios paranaenses que fazem parte do Território da Cidadania Paraná Centro (Turvo, Boa Ventura de São Roque, Guarapuava, Pitanga, Iretama, Santa Maria do Oeste e Campina do Simão). A produção é proveniente de 149 empreendimentos da agricultura familiar que fazem parte da Cooperativa de Produtos Agroecológicos, Artesanais e Florestais de Turvo (Coopaflora).
Nessas propriedades são cultivadas espécies como alcachofra, alfazema, camomila, carqueja, manjerona, menta, pata de vaca, alecrim, calêndula, capim limão, cavalinha, espinheira santa, melissa, poejo e funcho. Todos os produtos têm certificação orgânica, de forma a agregar valor em um nicho de mercado que só cresce e que, agora, terá uma ação concreta entre o Governo Federal e a iniciativa privada. A cooperativa tem capacidade para produzir 79 toneladas/ano de ervas medicinais a granel e outras 16 toneladas empacotadas.
A estratégia de comercialização de produtos diferenciados e de maior valor agregado foi viabilizada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que formalizou no final de julho deste ano, juntamente com o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), uma parceria com o Grupo Pão de Açúcar A iniciativa é parte do Plano Brasil Sem Miséria, estratégia do Governo Federal para erradicar a pobreza extrema no País.
Por meio dessa parceria, a produção da Coopaflora vai ser comercializada em gôndolas personalizadas de 60 das 180 lojas do Grupo no País, por meio do programa Caras do Brasil, que adota princípios do comércio justo e solidário. Não há consignação ou cobrança de taxas de elaboração de cadastro e contrato. Se houver, justificadamente, problema com a entrega, os produtores não sofrem multas. Além disso, o pagamento é feito em dez dias úteis após a entrega dos produtos, com margem de lucro pré-definida.
O diretor de Relações Institucionais do Pão de Açúcar, Paulo Pompílio, explica que desde 2002 o Grupo busca alternativas para micro e pequenas empresas, ONGs e cooperativas para distribuição da produção. No caso do Programa Caras do Brasil, foram identificadas demandas específicas e crescentes por produtos diferenciados, como os orgânicos provenientes da agricultura familiar. “Os produtores tinham dificuldade para comercializar no varejo. Agora, estamos conseguindo mudar a realidade da população rural por meio da parceria com o MDA no Plano Brasil Sem Miséria”, diz o executivo