terça-feira, 20 de setembro de 2011

Cerca de 2.500 protestam contra a corrupção no centro do Rio

Um protesto contra a corrupção reúne no início da noite desta terça-feira cerca de 2.500 pessoas na Cinelândia, centro do Rio, segundo estimativas da Polícia Militar. O manifesto, convocado pelo grupo Contra Corrupção pelas redes sociais, tinha confirmação de presença de mais de 34 mil pessoas no Facebook.
No local do protesto, os integrantes do Contra Corrupção tentam comandar o público a partir de um carro de som, de onde listam suas reivindicações e frisam o caráter apartidário do protesto.
Essa visão não é compartilhada pelo grupo mais ruidoso do protesto, concentrado nas escadarias da Câmara de Vereadores com vassouras na mão e faixas pedindo a queda do governador Sérgio Cabral (PMDB) e chamando a presidente Dilma Rousseff de "faxineira incompetenta", numa brincadeira com o fato de ela preferir ser chamada "presidenta". Um grupo de bombeiros reivindicando aumento salarial reforça o coro contra Cabral.
Vanderlei Almeida/France Presse
Vassouras foram levadas para manifestação contra a corrupção no centro do Rio
A grande maioria dos manifestantes, no entanto, se reúnem no centro da praça, calados, mais observando o protesto do que entoando qualquer reivindicação.
Entre estes está o aposentado João Alfredo, 64, que trouxe narizes de palhaço para distribuir para os manifestantes. "[Uso o nariz de palhaço] porque é como eu me sinto diante da corrupção, da impunidade, do voto secreto dos parlamentares. Eu convidei minha mulher para vir ao protesto, mas ela disse que isso é coisa de jovem. Eu posso não ser jovem mas continuo cidadão."
Com uma vassoura na mão, a estudante Sara da Silva Santos, 12, explicava sua indignação. "São muitos safados fazendo coisa que não presta."
Ao microfone do carro de som, Eudes Santos, um dos responsáveis pela convocação do protesto na internet, listava as reivindicações que surgiram a partir dos debates na internet: redução dos cargos comissionados no serviço público, fim do foro privilegiado na Justiça para autoridades, fim do sigilo bancário dos ocupantes de cargos públicos, critério técnico para nomeação dos ministros do Tribunal de Contas da União e aprovação de projetos de combate à corrupção engavetados no Congresso Nacional.
"A gente não quer nada mais do que transparência. Nós não somos contra os políticos, mas contra suas práticas. Nós somos um movimento democrático, cada um pode protestar contra o que quiser", afirmou Santos.
FOLHA