Em menos de um mês, os casos de dois brasileiros presos no exterior tiveram
desfechos distintos na justiça internacional. Primeiro, Rodrigo Moreto Cubek, brasileiro preso no Paquistão no dia 13
de maio acusado de tumultuar uma cerimônia religiosa. Em um processo rápido,
Cubek voltou ao Brasil poucos dias depois, sem maiores problemas. Depois, um brasileiro que mora na Suíça e não teve a identidade revelada
foi condenado à prisão perpétua por estuprar uma menina de quatro anos, em
Lucerna, em 2002. Seu último recurso, julgado em 26 de maio pelo Tribunal
Federal suíço, foi negado.
Os dois casos ilustram bem a disparidade da situação dos brasileiros que
estão condenados ou aguardam julgamento fora do Brasil. Enquanto alguns casos
são resolvidos com agilidade, outros se arrastam por anos na justiça
internacional. É o caso do ex-modelo brasileiro Ricardo Costa, preso há mais de
900 dias sem julgamento, sob acusação de abuso sexual [veja o caso abaixo] e dos
dois brasileiros presos na Indonésia, condenados à pena de morte há sete anos e
sem data de execução definida.
Segundo o Itamaraty, o número atual de brasileiros presos em outros países é
de 2.568 (número com base em levantamento feito no final de 2010 pelo
Itamaraty), sendo que outros 900 estão aguardando deportação após terem
sido flagrados na ilegalidade.
A maioria das causas das prisões são desconhecidas, porque segundo o
Itamaraty, nem todos os consulados oferecem informações completas sobre a
situação de cada brasileiro, como na verdade pede o protocolo da diplomacia
internacional. Nesses casos, o órgão brasileiro depende do contato das famílias
dos presos para tomar conhecimento dos casos