Parceria entre o IBGE e o Ministério da Saúde vai resultar, a partir de
2013, em um pesquisa inédita que incluirá exames laboratoriais, além de
levantamentos socioeconômicos, para traçar um perfil da saúde da
população.
Denominado Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), o trabalho começará entre
junho e julho. O objetivo é que os resultados orientem ações do
ministério.
"O estudo vai unir as características socioeconômicas e demográficas da
sociedade brasileira com a percepção de saúde que elas têm e do acesso
aos serviços. E inova trazendo inclusive exames. Os resultados vão
subsidiar as ações públicas para a área de saúde", afirmou Wasmália
Bivar, presidente do IBGE.
Serão pesquisados cerca de 80 mil domicílios em 1.600 cidades. Mas só
serão submetidas a exames 16 mil pessoas. Os pesquisados serão
submetidos a coleta de sangue e urina, medição de altura, peso, gordura
corporal e aferição da pressão arterial.
O Hospital Sírio-Libanês será o responsável por contratar as coletas com
um consórcio formado pelas redes de laboratórios Fleury e Dasa. Já o
IBGE fará os questionários e as medições de altura, peso e pressão
arterial.
O orçamento para o projeto é de R$ 19 milhões, mas o hospital não
receberá verba do ministério para os exames. O Sírio-Libanês faz parte
do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único
de Saúde (Proadi-SUS) e possui o Certificado de Entidade Beneficente de
Assistência Social em Saúde, pelo qual recebe isenções fiscais ao ajudar
no financiamento de projetos do SUS.
A coleta de exames para a pesquisa foi um dos projetos contemplados para o programa.
De acordo com o ministério, o levantamento é uma iniciativa promovida
dentro do Plano de Enfrentamento das Doenças Crônicas Não-Transmissíveis
(DCNT), que espera traçar um quadro dos hábitos de alimentação,
tabagismo, uso de bebidas alcoólicas, prática de atividade física e
fatores associados aos comportamentos não saudáveis da população.
Atualmente, cerca de 72% dos óbitos do país são referentes às doenças
crônicas não transmissíveis como câncer, doenças respiratórias crônicas,
diabetes. Elas são causadas por fatores como o tabagismo, o consumo
excessivo de bebidas alcoólicas, sal e gorduras, a ingestão insuficiente
de frutas e verduras, o sedentarismo e a obesidade.
"O questionário vai verificar questões sobre os idosos, tarefas
habituais, deficiências, dificuldades de mobilidade, o parto das
mulheres... E haverá um bloco sobre o número de animais na casa, para
planejamento de vacinas", afirmou Deborah Malta, diretora de Análise de
Situação em Saúde do ministério.
O trabalho de coleta vai durar cerca de três meses e a expectativa é que
os primeiros resultados sejam conhecido em meados de 2014.
Hoje o ministério monitora dados de saúde e de hábitos da população por
meio da Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças
Crônicas por Inquérito Telefônico), pesquisa realizada por telefone em
26 Estados e no Distrito Federal.
O Vigitel seguirá funcionando e complementará a Pesquisa Nacional de Saúde, que será realizada a cada três anos.