BRASÍLIA, 23 Dez (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff disse, em
pronunciamento na TV no domingo, que o governo trabalhou neste ano para
deter os efeitos da crise econômica internacional e que lançou as bases
para um crescimento maior em 2013.
Dilma fez um balanço das ações
do governo nas áreas econômica e social, em um pronunciamento de 10
minutos transmitido em rádio e televisão, e ressaltou a importância de
melhorar a competitividade da economia brasileira.
"Mesmo com o
mundo cheio de incertezas, tivemos um ano bom e plantamos as bases para
que o próximo seja ainda melhor", disse Dilma.
Apesar do fraco
crescimento do país este ano, a presidente destacou a inflação "sob
controle", que deverá fechar o ano em 5,7 por cento, próximo ao teto de
6,5 por cento fixado pelo BC; melhorias no câmbio, num esforço para
ajudar exportadores brasileiros, e a queda de juros, "ao menor patamar
da história".
O discurso reforça as recentes declarações de Dilma
de que as diversas ações do governo para impulsionar a economia terão
seus efeitos sentidos no próximo ano. Para este ano, o BC reduziu a
expectativa de crescimento da economia a 1 por cento.
"Tenho
consciência dos desafios que a crise internacional tem lançado ao nosso
país. Sei também que momentos de crise podem ser transformados em
grandes oportunidades. Esse é o nosso propósito em cada ação que
implementamos em 2012", disse ela.
A presidente destacou esforços
para melhorar a competitividade da economia brasileira diante da crise,
e repassou diversas iniciativas, como programas de concessões para
investimentos em infraestrutura, um dos principais gargalos para o
desenvolvimento do país, e a redução das tarifas de energia elétrica,
que deverá ser em torno de 20 por cento.
Ela reafirmou que os
cortes serão nos patamares anunciados pelo governo, apesar de algumas
empresas não terem aceitado as condições para a redução das tarifas em
troca de renovações antecipadas das concessões.
"O corte será o
que anunciei. A redução na conta de luz é fundamental para que as
indústrias brasileiras possam produzir a custos mais baixos, ganhar
mercado e continuar gerando empregos", disse.
Dilma tem usado
seus discursos recentes para reforçar o compromisso de proteger a
indústria nacional. Ela reforçou a importância de parcerias com o setor
privado e pediu para que empresários "acreditem e invistam" no Brasil.
"Quero
encerrar fazendo um chamamento a todos os brasileiros para que
mantenham a sua confiança no Brasil. Aos empresários, para que acreditem
e invistam no nosso país. Este é um governo que confia no seu povo, no
seu empresariado, que respeita contratos e está empenhado na construção
de novas parcerias entre os setores público e privado", disse.