Número de mortes cresceu 81% este ano na BA
A possibilidade de um novo surto de dengue, como o que atingiu a Bahia
em 2009, já preocupa o Conselho Superior das Entidades Médicas da Bahia
(Cosemba). O alerta feito pelo órgão e tem como base o novo boletim
epidemiológico do Ministério da Saúde, que aponta a Bahia como o
terceiro em número de mortes causadas pelo mosquito Aedes aegypti.
O Estado só fica atrás do Ceará e do Rio de Janeiro. A situação é ainda
mais preocupante, pois ambos conseguiram reduzir em 48% e 73%,
respectivamente, a quantidade de óbitos em relação a 2011, enquanto a
Bahia teve um aumento de 81% dos casos, se comparado o mesmo período.
Foram 16 mortes no ano passado e, até o momento, 26 baianos já
morreram esse ano, vítimas da dengue.
De acordo com o Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes
Aegypti (Liraa), do Ministério da Saúde, das 77 cidades brasileiras que
se encontram em situação de risco, 21 estão localizadas na Bahia, o que
corresponde a 27% do total.
Conforme a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), entre os
municípios com maior incidência estão Salvador, Itabuna, Feira de
Santana, Ilhéus, Senhor do Bonfim, Serrinha, Guanambi, Jacobina, Jequié e
Teixeira de Freitas, que juntos somam quase 50% dos casos registrados
no Estado.
Novo Sorotipo - Além do aumento significativo do
número de casos registrados na Bahia, os especialistas temem ainda as
complicações ocasionadas pela chegada de uma nova variação da dengue, o
tipo 4, que ampliaria a possibilidades de dengue hemorrágica e,
consequentemente, o número de óbitos.
O conselheiro do Cremeb (Conselho Regional de Medicina do Estado da
Bahia), o médico Otávio Marambaia, disse que Itabuna - cidade mais
castigada no ano passado - continua em situação de vulnerabilidade. "A
cidade terá uma epidemia de dengue se nada for feito", afirma.
Ações - Segundo a superintendente de vigilância e
proteção a saúde da Sesab, Alcina Andrade, o assunto só será discutido a
partir do próximo mês de janeiro, pois no momento a Sesab está
trabalhando com as equipes de transição dos governos municipais.
"Já temos uma reunião prevista com os novos gestores municipais das
cidades com maior risco de epidemia, como Itabuna e Feira de Santana,
para tratar da adoção das medidas cabíveis", diz.