Jovem usa pulseiras (Foto: Reprodução/TV Globo)Apesar de acreditarem que o uso das chamadas “pulseiras do sexo” por estudantes deva ser evitado, diretores de escolas criticam leis que proíbem a utilização no espaço escolar ou fora dele. Os educadores dizem que vetos desse tipo impostos a crianças e adolescentes surtem o efeito contrário. Muitos estudantes podem acabar querendo usar o adereço apenas para se posicionarem contra a regra.
As pulseiras viraram alvo de atenção desde que passaram a integrar uma brincadeira sexual entre adolescentes. No jogo, criado no Reino Unido, o menino que arrancar da menina uma pulseira de determinada cor ganha dela uma carícia, sexual ou não, correspondente.
Em março e no início de abril, três casos de estupro de adolescentes foram ligados pela polícia ao uso das pulseiras, um em Londrina (PR) e dois em Manaus, o que levou à aprovação de leis municipais que proíbem a venda e o uso do adereço. As cidades do Rio, Sertãozinho (SP) e Navegantes (SC) proibiram a utilização em escolas. Em Londrina, o juiz da Vara da Infância e da Juventude proibiu a venda e o uso. Em São Paulo, um projeto de proibição do uso nas escolas tramita na Assembleia Legislativa e outro que proíbe a comercialização foi protocolado na Câmara Municipal. Outras cidades discutem o tema.
Educadores são categóricos ao dizer, no entanto, que essas leis são inócuas. “Criar leis é uma solução ingênua. Não vai impedir que os adolescentes criem outras formas de fazer esse tipo de jogo e nem irá coibir a ação de estupradores”, disse Débora Vaz, diretora da Escola Castanheiras, colégio particular da Grande São Paulo.