terça-feira, 25 de dezembro de 2012

'PT precisa esclarecer o que houve no mensalão'

Amigo de Luiz Inácio Lula da Silva e assessor especial da Presidência da República no primeiro mandato do petista no Palácio do Planalto, o escritor Frei Betto não esconde o desejo de votar de novo no ex-presidente, mas cobra uma posição mais clara do PT em relação às denúncias que envolvem o partido.
Além do mensalão, cujo julgamento foi concluído pelo Supremo Tribunal Federal na semana passada, a Operação Porto Seguro, deflagrada pela Polícia Federal no mês passado, teve entre os alvos a ex-chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, amiga íntima de Lula.
O frade dominicano se diz "penalizado" pelas cenas do julgamento do mensalão no Supremo, mas afirma que a direção petista deve esclarecer se erros foram cometidos e o que foi feito para corrigi-los.
Coordenador de Mobilização Social do Programa Fome Zero entre 2003 e 2004, o dominicano deixou o cargo por não concordar com a política econômica adotada pelo governo Lula e para voltar a se dedicar à literatura. Oito anos depois, Frei Betto critica o PT por "não ter um projeto Brasil", mas, sim, "um projeto de poder".
No último mês, Lula sofreu desgastes não só pela proximidade com Rose, denunciada pelo envolvimento com um esquema de venda de pareceres técnicos, como pelas acusações do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, condenado pelo Supremo a mais de 40 anos de prisão por atuar como operador do mensalão. 
LUCIANA NUNES LEAL / RIO - O Estado de S.Paulo