A mãe adotiva de uma das crianças retiradas de uma família do interior da Bahia
e entregues a moradores de Campinas (SP) e Indaiatuba (SP) afirmou,
nesta terça-feira (27), que houve “encenação” dos pais baianos quando
relataram ao Fantástico a
relação que tinham com os filhos. Na primeira entrevista concedida após a
denúncia de que o processo de guarda deu-se de forma ilegal, a mulher,
que não quis se identificar, afirmou que as crianças eram maltratadas e
que não houve tráfico de pessoas. As famílias paulistas vão recorrer da
decisão da Justiça, que determinou que os irmãos sejam devolvidos aos pais biológicos.
Silvania durante depoimento à CPI sobre tráfico de
pessoas (Foto: Reprodução/Rede Globo)
pessoas (Foto: Reprodução/Rede Globo)
A denúncia foi feita no dia 14 de outubro, quando Silvânia e Gerôncio,
moradores de Monte Santo (BA), relataram ter tido os filhos arrancados
de dentro de casa por policiais que não deram nenhuma explicação, apenas
afirmaram estar cumprindo uma determinação do juiz. Na ocasião da
reportagem, pai, mãe e familiares falaram do sofrimento que têm passado
sem saber do paradeiro das crianças.
A mãe adotiva discorda. “Se você pegasse o processo, você diria que não
existe juiz em sã consciência que devolva essas crianças [aos pais
biológicos]. Porque lá eles [os pais] falam em bebedeira, eles falam que
não trabalham, que trabalha dia sim, dia não por causa da bebida, que
ela [ a mãe] sai de casa e demora dias para voltar... Então foi encenado
sim”, disse a moradora de Indaiatuba.