O deputado federal pelo PR da Bahia, João Carlos Bacelar, sofreu
tentativa de extorsão de R$ 50 milhões da irmã, de 32 anos, e de seu
companheiro, de 38 anos, segundo informações repassadas pela Secretaria
de Segurança Pública (SSP-BA) nesta terça-feira (27).
O casal foi preso em seu apartamento no bairro nobre da Graça, em
Salvador, pela equipe do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio
(DCCP), que cumpriu mandados de prisão preventiva.
A investigação foi iniciada há oito meses, depois que o deputado
procurou a polícia desconfiado de que informações sobre a vida pessoal e
parlamentar pudessem estar sendo repassadas para a imprensa. "Fizeram
dossiês, distribuindo para a imprensa esses materiais, para que fossem
divulgados matérias contra o deputado, para tentar prejudicar o seu
mandato parlamentar", disse o delegado Oscar Vieira, responsável pelo
caso.
As investigações apontam que o companheiro da irmã instalou um programa
no computador do deputado que transmitia mensagens recebidas e enviadas
diretamente para o dele. "Eu não preciso extorquir, eu nunca extorqui
ninguém. Tudo o que é meu eu adquiri com o meu suor. Não tinha programa
pirata instalado, nunca existiu isso", disse André Dumet, o companheiro
suspeito, no momento da prisão.
Dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos também na casa dos
pais do deputado e de um irmão do suspeito, que é policial federal. No
entanto, não há indicativo de participação de outras pessoas no crime.
Três inquéritos foram instaurados pela polícia: um de interceptação de
e-mails, outro de estelionato, porque a irmã fez uma operação ilegal de
uma conta da empresa da família para o companheiro, no valor de R$ 580
mil; e o terceiro de extorsão, já que a irmã e o companheiro chegaram a
exigir R$ 50 milhões do deputado para não passar informações para a
imprensa. Se condenados, os dois podem pegar pena de reclusão de 10 a 19
anos.
Procurado, o advogado de João Carlos Bacelar, Gilberto Vieira, afirmou
que o deputado espera que as investigações prossigam para que o caso
seja esclarecido. Afirmou ainda que o deputado não ficou surpreso com o
envolvimento da irmã no crime, com quem há dois anos disputa a herança
da família na Justiça.
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