Causada pela elevação do
nível de glicose no sangue, a diabetes pode acarretar grandes impactos à
saúde, influenciando no surgimento de problemas cardíacos, vasculares e
também doenças oftalmológicas. Catarata, glaucoma e retinopatia
diabética são algumas das doenças que podem comprometer a visão dos
portadores de diabetes.
A retinopatia diabética
causa lesões definitivas nas paredes dos vasos sanguíneos que nutrem a
retina e o resultado, se não for tratada, pode ser a cegueira.
De acordo com o
oftalmologista Ruy Cunha, do Day Horc, atualmente, mais de 60% dos
pacientes detectados com diabetes também possuem a retinopatia
diabética. O índice aumenta em diabéticos acima de 25 anos. Nestes
casos, o número de portadores da retinopatia chega à 80%.
Prevenção e tratamento -
Ruy Cunha explica que a retinopatia diabética é perigosa, pois
dificilmente os sintomas são percebidos nas fases inicias da doença. Por
não causar dor, é difícil de ser percebida. Manchas na visão que se
movimentam, perda gradativa do foco e pontos escuros no eixo da visão
são alguns sintomas. “O paciente só começa a perceber os sinais a partir
de um estágio mais avançado”, adverte o especialista.
Apesar de haver
tratamento, a retinopatia diabética não tem cura. “O tratamento, que em
casos mais avançados é realizado com aplicações de laser, não tira as
manchas na visão causadas pela doença, o procedimento só é capaz de
evitar que novas manchas apareçam”, esclarece o médico.
O diagnóstico é feito
através de procedimentos como o mapeamento e a angiografia da retina. Já
o tratamento precisa ser principalmente preventivo, evitando que a
doença atinja níveis mais graves e irreversíveis.
O paciente diabético deve
estar sempre atento aos exames oftalmológicos de rotina e ao controle
constante dos níveis de açúcar no sangue. “É necessário que o exame de
fundo de olho, o único capaz de detectar a retinopatia diabética, que
não é percebida a olho nu, seja realizado no mínimo de seis em seis
meses. Evitar o surgimento da doença é fundamental”, alerta Ruy Cunha.
Cuidados –
Com o controle e o acompanhamento de um médico oftalmologista e de um
endocrinologista é possível evitar a retinopatia em pacientes
diabéticos. Cuidados simples como manter uma dieta saudável, praticar
exercícios físicos e controlar o nível de glicose no sangue podem
representar uma diminuição na chance de desenvolver o problema ocular.
“O bom controle clínico do diabetes pode evitar o aparecimento ou a
forma mais grave da retinopatia em até 75%”, finaliza o especialista do
Day Horc.
Pesquisa -
O número de brasileiros diabéticos só vem aumentando a cada ano. Ao
menos é o que aponta a pesquisa da Vigilância de Fatores de Risco e
Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2011),
realizada pelo Ministério da Saúde e divulgada no início deste mês. De
acordo com o estudo, 5,6% dos brasileiros são diabéticos.
Na diferenciação por
sexo, 6% das mulheres brasileiras tem a doença, mas a pesquisa aponta
que o percentual de afetados subiu principalmente entre os homens,
passando de 4,4% em 2006 para 5,2% no ano passado.
O levantamento foi feito
em 26 capitais e no Distrito Federal. Salvador tem 6% da população com
diabetes, mas a capital brasileira campeã em incidência da doença é
Fortaleza (CE), com mais de 7% da população portadora de diabetes.
Ainda segundo o estudo do
ministério, o número de internações por diabetes no Sistema Único de
Saúde (SUS) aumentou 10% entre 2008 e 2011, passando de 131.734 para
145.869. (Veja os dados completos da pesquisa sobre diabetes - PDF).
Serviço – Os portadores de diabetes podem ter acesso a remédios gratuitos para controlar a doença. A distribuição, que faz parte do programa Saúde Não Tem Preço, do governo Federal, disponibiliza medicamentos como a insulina e hipoglicemiantes em cerca de 20 mil farmácias conveniadas em todo país.
Serviço – Os portadores de diabetes podem ter acesso a remédios gratuitos para controlar a doença. A distribuição, que faz parte do programa Saúde Não Tem Preço, do governo Federal, disponibiliza medicamentos como a insulina e hipoglicemiantes em cerca de 20 mil farmácias conveniadas em todo país.
Em Salvador, as farmácias ficam em bairros como Brotas, Rio Vermelho e Cajazeiras entre outros, totalizando 15 unidades (Acesse a lista na capital).