O homem preso na 41ª DP (Taquara), Zona Oeste do Rio, suspeito de envolvimento na morte de uma modelo de 20 anos em maio deste ano na Favela da Rocinha, negou na tarde desta quinta-feira (17) qualquer participação no caso.
Segundo o delegado Pablo Sartori, o homem, que trabalha como motoboy, se apresentou na delegacia na noite de quarta-feira (16), junto com um advogado, dizendo aos policiais que sabia que contra ele havia um mandado de prisão, mas que ele não seria a pessoa procurada.
Segundo o preso, o verdadeiro procurado seria seu homônimo. E mostrou uma foto da modelo com o homem que seria o verdadeiro procurado. Ele disse ter encontrado a foto em um álbum de uma rede social. Segundo o suspeito, seu homônimo namorava a modelo e tinha envolvimento com os traficante Nem e Coelho.
O preso disse que conhecia a modelo superficialmente e que sabia que sua foto estava no cartaz do Disque-Denúncia, e não só queria se entregar como ouvia o conselho de amigos e da família. "Eles me diziam: 'Sua cara está no cartaz, vai cuidar disso logo'. Mas eu estava com medo de represálas dos traficantes", disse ele, contando que, depois da ocupação policial da Rocinha, no domingo (13), sentiu coragem para se apresentar à polícia.
Segundo o delegado, o suspeito pouco falou, dizendo apenas que conhecia superficialmente Luana Rodrigues, a jovem desaparecida, mas não tinha qualquer intimidade com ela. O homem será transferido nesta tarde para a Polinter.
Outros suspeitos
Entre os suspeitos de envolvimento na morte das duas jovens já presos estão o traficante Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, apontado pela polícia como o chefe do tráfico da Rocinha, e Anderson Rosa Mendonça, o Coelho.
Na segunda-feira (14), o Disque-Denúncia aumentou de R$ 1 mil para R$ 2 mil a recompensa por informações que levassem aos suspeitos. Luana Rodrigues e uma amiga dela, de 25 anos, foram vistas pela última vez perto da comunidade.
No novo cartaz divulgado pelo Disque-Denúncia, além de Nem e Coelho, aparecem outros três suspeitos de envolvimento do desaparecimento da modelo e de sua amiga. Todos eles tiveram a prisão decretada pela 3ª Vara Criminal da capital do Rio de Janeiro.
Quem tiver informações sobre o paradeiro desses suspeitos pode entrar em contato pelo telefone (21) 2253-1177. O anonimato é garantido.
Suposta ligação com tráfico
Os policiais consideram a modelo desaparecida, mas também não descartam a possibilidade de ela ter sido morta por traficantes da Rocinha. As investigações indicam que ela tinha ligação com o tráfico. Segundo a polícia, a jovem transportaria drogas da Rocinha para outras favelas da quadrilha. Os traficantes acreditavam que a beleza da modelo ajudava a não levantar suspeitas do envolvimento dela com o crime.
Durante as investigações, a polícia quebrou o sigilo telefônico da jovem. Ela foi vista pela última vez numa estrada, perto de casa, na Vila Canoas, em São Conrado, e a polícia foi informada de que ela estava com uma amiga quando sumiu. Essa outra jovem também teria sido assassinada apenas por tê-la acompanhado à favela.
A polícia investiga o que poderia ter motivado traficantes a matar a modelo. Já se chegou a cogitar que a jovem teria sido namorada de um policial militar, o que teria desagradado o traficante Nem, chefe do tráfico na Rocinha.