Goiânia, 17 (AE) - A Policia de Goiás investiga um terceiro suspeito de ter participado da tentativa de assalto seguido de assassinato do bancário Delclécio Leda Azevedo Neto, de 46 anos, domingo, em Goiânia.
Solteiro, funcionário do Banco do Brasil em Brasília (DF), Delclécio Azevedo foi morto com dois tiros, no abdome e na barriga, após reagir à tentativa de assalto dentro da agência do BB no setor Bueno.
D.A.M., de 18 anos é o terceiro suspeito, e deve se apresentar a policia amanhã. A informação é do advogado Janderson de Souza que nega participação do rapaz no crime. "Ele é trabalhador, não tem passagem pela policia, mas foi apontado por morador do bairro onde vive", disse para a reportagem.
"De fato, existem informações de que são três e não dois os envolvidos no crime", disse hoje a delegada de Homicídios, Leilany Batista Marciano. "Mas teremos uma solução do caso nos próximos dias", disse a delegada.
O crime foi gravado por câmeras da agência bancária e chocou pela reação ao assalto, a violência e frieza do matador, e pela ausência de segurança dentro, fora ou nas proximidades da agência.
"O Delclécio não sacou dinheiro", revelou a delegada. "Algo aconteceu, ele não conseguiu sacar", disse. "O assaltante tomou a carteira com documentos, depois do confronto atirou e fugiu".
Para desvendar o caso, a delegada de Homicídios está se valendo das imagens das câmeras e denúncias anônimas. Foram as denúncias que levaram a Policia a investigar D.A.M. Também, foram as denúncias que indicaram onde estava escondido Rafael Ayreston da Silva (22), apontado como executor do crime.
Preso em flagrante, ele nega o crime. "Não fui eu", disse à delegada Leiliane Marciano. "Não fui eu e não sei de nada disso".
Apesar da negativa, e do semblante frio, Rafael da Silva passou a ser investigado por envolvimento em outros casos de roubo - a chamada "saidinha de banco". Num deles, uma diarista supostamente teria sido roubada em R$ 1.500, no Jardim Goiás. Também está sob investigações de roubo e latrocínio, mas não há provas concretas.
Um menor identificado como J., tido como amigo de Rafael, e apreendido na segunda-feira, nega participação no crime. Porém, no momento da prisão ele carregava munições e uma arma que pode ser a mesma do crime. A perícia técnica analisa, mas não liberou laudos de confrontação balística.
Já o menor será ouvido (oitiva informal) por um promotor público, nesta sexta-feira. O Ministério Público Estadual (MPE) informou que "pedirá a internação provisória de J.", amanhã e o processo será encaminhado ao juiz da Vara da Infância e da Juventude de Goiânia.
A delegada de Homicídios, Leilany Batista Marciano, disse à reportagem que liberou, há três dias, o corpo do bancário morto, o carro (um Vectra com placas de Goiânia) e objetos encontrados no interior o veículos.
A família do bancário, que mora nas proximidades da agência do BB, não pode ser ouvida pela policia. Abatida, pediu adiamento do depoimento. Extra-oficialmente, sabe-se que Deoclécio participava, no domingo, de um encontro com a família.