sábado, 3 de setembro de 2011

Alta de emprego e renda fazem famílias consumirem R$ 612,5 bilhões

O consumo das famílias continuou pujante, a despeito das medidas tomadas pelo governo para frear o ímpeto de compra dos brasileiros. Enquanto o Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas as riquezas criadas do país) registrou desaceleração, passando de uma alta 1,2% no primeiro trimestre para uma expansão de 0,8% no segundo, a demanda das famílias seguiu trajetória oposta e avançou 1,0%, ante os 0,6% do período anterior. Apenas de abril a junho, elas gastaram R$ 612,5 bilhões.
De acordo com Rebeca Palis, economista do IBGE, “o consumo das famílias puxou fortemente o PIB. Esse desempenho foi baseado no aumento da massa salarial, da ocupação, do rendimento médio dos trabalhadores e do crédito direcionado para pessoas físicas”. Parte dessa demanda foi suprida pela importação de bens duráveis, acrescentou.
Para o economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas Gomes, o consumo das famílias continuará sendo uma das âncoras do crescimento do país, no mínimo até 2012, ou “até onde o mercado de trabalho e o crédito permitirem”. As chances estão a favor dos trabalhadores. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), cerca de 93% das negociações salariais do primeiro semestre resultaram em aumentos superiores à inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que teve variação de 3,70% no período. No ano passado, houve aumento real em 86% dos casos.