O ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, determinou nesta quarta-feira (10) que seja instaurado um processo administrativo disciplinar para investigar os desvios de dinheiro público no Ministério do Turismo, apontados pela Operação Voucher da Polícia Federal.
A investigação foi aberta a pedido do ministro do Turismo, Pedro Novais, para apurar as responsabilidades de servidores da pasta nas supostas irregularidades em um convênio firmado entre o Ministério do Turismo e o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi) para capacitação de pessoas.
Segundo nota da CGU, o primeiro passo da apuração será o pedido de acesso aos autos do inquérito que culminou na prisão de 35 pessoas, entre elas o secretário-executivo do ministério, Frederico Silva Costa.
A CGU recomendou também que sejam suspensos por 60 dias os pagamentos de convênios da área de capacitação. De acordo com estimativa da PF, cerca de R$ 3 milhões foram desviados no convênio investigado.
Auditorias
O órgão informa ainda, na nota, que outros convênios da pasta com entidades estão sendo analisados pelos técnicos da Controladoria, mas que não tem como antecipar conclusões, pois as auditorias estão em andamento desde abril e maio deste ano.
Entre os casos analisados estão convênios com o Instituto Brasileiro de Hospedagem (IBH), o Comitê de Ideias e Ações (Cia do Turismo) e a Associação Brasileira das Empresas de Transporte Aéreo Regional (Abetar).
“Em investigações anteriores, que ainda prosseguem, a CGU já havia levantado suspeitas sobre a atuação de vários empresários e empresas apontados agora na Operação Voucher. Entre essas empresas estão a Barbalho Reis, Comunicação e Consultoria Ltda., a MGP Brasil Consultoria Empresarial Ltda. e a Race Consult”, disse a nota da CGU.
Na nota, o presidente da CGU explica ainda que estão sendo realizadas auditorias em outros projetos da pasta. Um deles destina recursos para a realização de eventos turísticos. “Em alguns casos, onde havia irregularidades mais graves, os relatórios da CGU foram encaminhados ao Ministério Público e à Polícia Federal”, afirmou Hage. As informações são do G1.