O ano de 2011 tem marcado uma média recorde no número de acidentes
aéreos no país, com três ocorrências a cada semana segundo dados do
Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos).
Em média, segundo os dados do órgão, aviões se acidentam em um número
quase sete vezes maior que os helicópteros.
O Cenipa considera ocorrência casos como queda, problemas no motor ou
turbina, pouso de emergência, saídas de pista, colisão com objetos no
solo ou no ar, entre outros.
Relatório do órgão ligado à Força Aérea Brasileira aponta que, no
primeiro semestre do ano, foram registradas 77 ocorrências com aviões e
helicópteros em todo o Brasil, o que dá uma média de 12,8 casos por mês.
A média é bem superior à registrada historicamente.
Acidentes aéreos nos últimos anos
Ano | Acidentes | Mortes |
2001 | 73 | 78 |
2002 | 63 | 69 |
2003 | 70 | 67 |
2004 | 63 | 80 |
2005 | 58 | 36 |
2006 | 70 | 210 |
2007 | 102 | 271 |
2008 | 109 | 55 |
2009 | 113 | 65 |
2010 | 110 | 39 |
2011* | 77 | 41 |
- *Dados até 4 de julho
- Fonte: Cenipa
Entre 2001 e junho de 2011, o país registrou 907 acidentes aéreos –com
ou sem vítimas. Segundo o relatório, que traz dados anuais de acidentes,
sem especificar casos, o maior número de ocorrências registradas no
país ocorreu em 2009, quando 113 acidentes foram contabilizados, o que
dá uma média de 9,4 por mês.
Dos 77 acidentes registrados até 4 de julho deste ano no país, 67 foram
com aviões e 10, com helicópteros. Um em cada cinco acidentes
registraram mortos. Ao todo, os 15 acidentes mais graves resultaram em
41 mortos. Os acidentes causaram perda total de 17 das 77 aeronaves.
O número de óbitos é considerado baixo se comparado a outros anos, já
que o recorde ocorreu em 2007 –ano do acidente com o avião da TAM no
aeroporto de Congonhas, em São Paulo, que matou 199 pessoas–, quando 271
pessoas perderam a vida.
O Cenipa não computa o acidente com o voo AF 447, da Air France,
ocorrido em junho de 2009, que matou 228 pessoas que iam do Rio de
Janeiro para Paris, já que as investigações são de responsabilidade do
BEA (Escritório de Investigação e Análise) do governo francês. O avião
caiu no oceano Atlântico.
Segundo o Cenipa, o sistema de investigação e prevenção de acidentes
aeronáuticos não trabalha com a "causa" de acidente, mas com fatores
contribuintes. A meta é “prevenir novos acidentes e compreender a
reunião e a análise de informações e a obtenção de conclusões, incluindo
a identificação dos fatores contribuintes para a ocorrência, visando a
formulação de recomendações sobre a segurança