Alguns radialistas que apresentam programas jornalisticos, em especial os iniciantes que trabalham em rádios comunitarias, desconhecem um dos mais importantes pontos que fazem dessa profissão, um importante aliado ao combate a corrupção e a criminalidade. Assim como os investigadores de polícia, os jornalistas e radialistas tem o mesmo perfil. São responsaveis por reportagens especializadas em desvendar mistérios e fatos ocultos do conhecimento público, especialmente crimes e casos de corrupção, que podem eventualmente virar notícia.O jargão jornalístico para notícias publicadas em primeira mão é "furo", que é muitas vezes fruto do trabalho do jornalismo investigativo. Para se fazer jornalismo investigativo é preciso ter: coragem,sabedoria,credibilidade e acima de tudo profissionalismo.
Classificação questionada
A própria classificação do jornalismo investigativo como uma área à parte do jornalismo é motivo de controvérsias. Alguns jornalistas, especialmente os das antigas gerações, consideram que, por sua natureza, toda reportagem é investigativa, pois em essência envolve a apuração dos fatos, sua edição e posterior divulgação.O jornalismo investigativo, para muitos jornalistas e pesquisadores da área, é uma modalidade especializada de jornalismo, calcada em características específicas, e se diferencia da rotina habitual das redações pelos seguintes aspectos:
a investigação minuciosa dos fatos, pelo tempo que for necessário, até elucidar todos os meandros, possíveis ângulos, pontos de vista e personagens envolvidos em determinado assunto; a disponibilidade de recursos específicos: tempo, dinheiro, paciência, talento e sorte;a precisão das informações (o jornalismo investigativo é também conhecido como jornalismo de precisão), implicando a exatidão dos termos utilizados, e a ausência de distorções ou citações fora de contexto.
O jornalismo investigativo, em geral, se concentra na investigação de crimes, como por exemplo a fraude numa licitação ou concorrência, o desvio de verbas públicas, o contrabando de pedras preciosas, crimes ambientais praticados pelas madeireiras, ou a prostituição de menores.
Roberto Cabrini, do SBT, um dos mais respeitados repórtes televisivos da atualidade, diz que "é necessário ousadia mas com responsabilidade para fazer as melhores reportagens". Ousadia e responsabilidade pautam o trabalho do jornalista.
Entretanto, alguns jornalistas se notabilizaram por adaptar a linguagem precisa, a investigação e o tratamento justo das informações, peculiaridades do jornalismo investigativo, para investigações em outras áreas que nada têm a ver com a esfera política ou com a policial.
O repórter Marcelo Canellas, da TV Globo, por exemplo, esmiuça as brechas da sociedade e da cultura brasileira. O próprio Canellas afirma que:
"Os fatos, os acontecimentos, os fenômenos, não aparecem diante de nós como algo íntegro e totalizado. O processo do conhecimento pressupõe a coleta desses fragmentos da vida e sua conexão com antecedentes e conseqüências para que o fato seja apreendido na sua totalidade".
Criticar o jornalismo investigativo, é no minimo anti-ético, falta de bom senso e de capacidade de se desenvolver profissionalmente. Pode ser também que algum tipo de sentimento como: Inveja e ódio possa desenvolver essa postura que infelizmente passa a ser adotada por alguns profissionais que sonham em ocupar o espaço alcançado por outro colega.