Tegucigalpa, 11 jun (EFE).- Centenas de mulheres hondurenhas de diversos setores participaram neste sábado em Tegucigalpa da denominada "Marcha das Putas", promovida em vários países das Américas para condenar a violência sexual.
"Estamos rejeitando os preconceitos que se formam, especialmente entre os homens, mas entre mulheres também, em função das vestimentas que usamos", disse à Agência Efe a jornalista Sandra Maribel Sánchez, uma das participantes da manifestação.
A marcha começou em uma avenida ao leste da capital hondurenha e terminou no centro da cidade.Algumas das manifestantes marcharam usando decotes, minissaias, saltos, maquiadas e com óculos, entre outros acessórios, enquanto outras levavam mensagens como "Não é não", "Alto" e "Não veja putas onde há mulheres livres".
"Hoje viemos vestidas com a indumentária que as trabalhadoras comerciais do sexo utilizam e fazemos isso com o propósito de romper esse mito que diz que quem se dedica a essa atividade têm de se vestir de determinada forma", explicou Sandra. A advogada Luz Elena Andino indicou à Efe que é "maravilhoso que em Honduras se realize este tipo de passeata", porque as mulheres precisam que seus direitos sejam respeitados.
Uma funcionária do Sistema das Nações Unidas, Mildred Tejada, ressaltou que nenhuma pessoa tem o direito de dizer "um comentário obsceno" às mulheres.
Mildred acrescentou que "a palavra puta não soa bem em Honduras, gera rejeição, e reações muito grandes", mas assegurou que se deve "aprofundar na palavra 'puta' porque é uma ofensa a todas as mulheres, independentemente da profissão que exerçam".
No protesto, promovido pelo Movimento de Mulheres Feministas e o grupo Hondureñas Autoconvocada, algumas mulheres estiveram acompanhadas por seus maridos, enquanto outras chegaram com os filhos.
Os organizadores da marcha explicaram que o protesto é uma resposta a um chefe policial da cidade canadense de Toronto, que expressou que, se as mulheres não querem ser vítimas de violência, "não devem se vestir como putas".