terça-feira, 7 de junho de 2011

Bombeiros baianos sofrem com falta de estrutura


O Corpo de Bombeiros de Salvador não tem estrutura para apagar incêndios em prédios com mais de seis andares. Os equipamentos de segurança são de uso coletivo, quando deveriam ser individuais. Cilindros de oxigênio estão vencidos. Apenas duas viaturas de Autobusca de Salvamento (ABS) atendem à Grande Salvador.
Estes são alguns dos problemas enfrentados todos os dias pelos bombeiros, conforme depoimentos de militares ouvidos nesta terça-feira, 7, por A TARDE (alguns avaliam até que o limite seja de três andares) e que preferem manter o anonimato.
“Se fosse preciso, com a estrutura que temos, acho que chegaríamos até seis andares”, diz o comandante de operações de Bombeiros Militares, coronel Dalton Barbosa.
Ele admite as deficiências, à exceção da validade dos cilindros de oxigênio. Mas pondera que “o governo está sensível e o secretário da Segurança é favorável a investimentos. Eles sabem que é uma necessidade, e creio que teremos mudanças em breve, com investimento em equipamentos”. O oficial, no entanto, não fala em prazos.
Realidades - Enquanto no Rio de Janeiro, desde domingo, bombeiros em greve estão acampados em frente à Assembleia Legislativa, reivindicando a libertação de 439 colegas presos após a invasão do quartel central da corporação, na última sexta-feira, além do aumento de salário, aqui os problemas parecem ser outros.
Os R$ 950 líquidos de remuneração inicial dos militares cariocas são inferiores aos cerca de R$ 1.500 pagos na Bahia.
“Mas quanto vale a nossa vida? Corremos riscos todos os dias. O ideal é equiparar os salários com outros estados e melhorar a infraestrutura”, questiona o presidente da Associação dos Praças, Soldados e Bombeiros da PM (Aspra), Marcos Prisco.
Segundo ele, a Aspra fará uma manifestação, em solidariedade aos colegas cariocas, às 14h da próxima sexta-feira, no largo do Farol da Barra.
Na Bahia, há cerca de dois mil bombeiros, 12 mil a menos que o recomendado pela Organização das Nações Unidas. As 93 viaturas também não atendem ao número recomendado, que é 1.400, levando em consideração a população do Estado.
O coronel Dalton avisa que, para reforçar a equipe, 214 bombeiros foram convocados para exames médicos esta semana.
(A TARDE)