WASHINGTON - Como principal orador do "Fórum de Líderes do Setor Público - América Latina e Caribe", evento organizado pela empresa Microsoft na capital americana, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quarta-feira a política de educação nos seus anos oito anos de governo, e evitou falar sobre os primeiros três meses da presidente Dilma Rousseff no poder e sobre os passaportes diplomáticos concedidos a seus familiares. Mas falou sobre o relatório final da Polícia Federal sobre o escândalo do mensalão. "Se entrar o relatório da PF, todos os advogados de defesa vão pedir prazo para julgar. Então, vai ser julgado em 2050". Não vou falar porque senão um jornalista aqui vai escrever "Lula está dizendo o que Dilma tem de fazer" - brincou, provocando risos na plateia. Ao final do encontro, em entrevista com jornalistas no corredor, disse que, pela sua experiência própria como presidente, Dilma não deveria se preocupar com o desempenho inicial no Palácio do Planalto.
- Em cem dias a gente está aprendendo os corredores, as cadeiras, abrir gaveta. Ninguém pode assumir compromisso de que, em cem dias, vai fazer tal coisa. Eu lembro que nós assumimos isso quando a Erundina foi eleita prefeita de São Paulo e em cem dias foi um desastre. A Dilma tem o compromisso com o povo brasileiro de um mandato de quatro anos, com direito a mais quatro de reeleição. Ela será julgada em 2014 pelo que fez. Acho que ela vai ser um governo de sucesso extraordinário.