Os Brasileiros vão pagar mais caro por medicamentos importantes como antibióticos e antiinflamatórios a partir do dia 31 deste mês.
O governo anunciará nos próximos dias um reajuste de pelo menos 6% nesses produtos, que ainda têm os preços controlados pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) - ligada à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Ficarão mais salgadas cerca de 20 mil apresentações de remédios. Como muitos destes medicamentos são de uso contínuo, ou utilizados no tratamento de doenças graves, o governo define o quanto podem subir a cada ano.
O objetivo é evitar que a população seja prejudicada por eventuais aumentos excessivos por parte da indústria farmacêutica. Entre os produtos cujos reajustes foram autorizados estão vasodilatadores, como Viagra, e ansiolíticos, como Lexotan.
O IPCA acumulado de março de 2010 a fevereiro de 2011 foi de 6,01%. Mas, como a Cmed calcula o aumento dos medicamentos com base na inflação e em alguns critérios técnicos, o reajuste pode ficar um pouco acima ou abaixo do índice.
Isso porque ainda são levados em conta a produtividade da indústria no último ano e a concorrência imposta pelos genéricos (que têm o mesmo princípio ativo dos remédios de marca, mas custam mais barato) no mercado.
Os medicamentos serão mais um fator de pressão sobre a inflação de 2011. Segundo o economista-chefe do banco ABC Brasil, Luís Otávio Leal, embora esses produtos não tenham um efeito em cadeia sobre a economia - ou seja, não impactem outros produtos ou serviços -, deverão puxar para cima o índice de abril.