As chuvas fortes continuam castigando a Região Sul do país, causando destruição e morte no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Um balanço divulgado pela Defesa Civil desses três estados dá uma dimensão do estrago feito pelas águas. Até a tarde de ontem, eram mais de 21,4 mil desalojadas e desabrigadas. Quase metade dessas pessoas estão em Santa Catarina. O mau tempo que persiste nesses locais desde a semana passada já deixou 10 mortos.
No Paraná, muitas cidades estão isoladas. Por causa das chuvas, rodovias estão fechadas e pontes ficaram totalmente inutilizadas. A situação em Morretes, município a 70km da capital paranaense, é preocupante. Segundo as autoridades locais, 65% dos desalojados no Paraná estão lá. Além disso, há uma pessoa desaparecida.
A BR-277, no litoral do Paraná, está interditada desde a sexta-feira. Sem ligação com outros pontos do estado, começa a faltar água, combustível e comida em Antonina, a 77km de Curitiba. Os moradores não encontram água mineral. Nos postos, só há álcool para abastecer os veículos. Biscoitos, carnes e alimentos de preparo rápido são artigos de luxo nos supermercados.
Com o objetivo de montar uma estratégia mais eficiente para atender à população atingida pela chuva, o governador do Paraná, Beto Richa, anunciou, na manhã de ontem, a criação de um gabinete de emergência. A estrutura será formada por três frentes — Coordenação de Atendimento Humanitário, Coordenação de Construções, Obras e Intervenções e Coordenação da Campanha de Solidariedade. Além disso, Richa confirmou que a manutenção da Operação Verão, que oferecia atendimento na área da Saúde e reforço na Segurança nas praias, será readaptada para Morretes e Antonina.
Entre Paraná e Santa Catarina também há problemas nas estradas. Uma nota da Defesa Civil catarinense descreve a situação nas rodovias e detalha a situação em municípios do estado. “No decorrer de domingo a chuva persiste na maior parte do dia, com intensidade moderada e forte por alguns momentos, mantendo e agravando o risco de alagamentos e deslizamentos em áreas de encostas, em todas as áreas do Litoral e Vale do Itajaí”, dizia o documento.
Nordeste
Não é só população da Região Sul do país que passa sufoco com as fortes chuvas. O Maranhão também está em situação difícil e o governo já decretou situação de risco em algumas cidades. No último levantamento divulgado pela Defesa Civil, no sábado, mais de 6 mil famílias estavam correndo perigo. O Rio Mearim, na altura da cidade de Trizidela do Vale, a 280km de São Luiz, estava a 6,25 metros acima do nível normal e a previsão para esta semana é de mais chuva na região