Levantamento divulgado nesta quinta-feira (16) pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) mostra um crescimento no número de estudantes que já utilizaram drogas ilícitas em algum momento da vida.
Realizada com alunos do ensino fundamental (entre 6 e 14 anos) e médio (15 a 17 anos) de escolas públicas das 26 capitais e do Distrito Federal, a pesquisa mapeou a evolução do consumo de entorpecentes entre 2004 e 2010.
De acordo com o levantamento, a parcela de estudantes que admitiu ter utilizado algum tipo de droga ilícita “como maconha, cocaína, crack, anfetamínicos, anseolíticos e solventes”, em 2004, era de 22,6%. Em 2010, esse número subiu para 24,2%.
O consumo de crack permaneceu estável nesse período: 0,7%. Já o consumo de cocaína entre os estudantes aumentou de 2% para 2,8%
Considerada uma das drogas mais populares, a maconha também teve o percentual de usuários praticamente inalterado nos últimos anos, caindo de 5,9% para 5,8% o percentual de estudantes que admitiam ter utilizado pelo menos uma vez na vida a droga.
Escolas privadas
Em sua sexta edição, o “Levantamento Nacional sobre o Consumo de Drogas entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública e Privada nas Capitais Brasileiras” – organizado pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) e pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), da Universidade Federal de São Paulo – mapeou pela primeira vez o uso de entorpecentes entre estudantes de escolas particulares.
Foram realizadas entrevistas com 50.890 estudantes, sendo 31.280 da rede pública e 19.610 da rede privada. O cruzamento dos dados revelou que os alunos de instituições privadas relataram uso maior de drogas do que os estudantes da rede pública.
O total de estudantes com relato de uso no ano de qualquer droga – exceto álcool e tabaco – foi de 9,9% para a rede púbica e 13,6% na rede particular”, registra o estudo. A categoria ““uso no ano”” se refere aos estudantes que disseram ter utilizado algum tipo de droga nos últimos 365 dias anteriores ao estudo.
As drogas mais citadas pelos estudantes foram bebidas alcoólicas e tabaco, respectivamente 42,4% e 9,6% para o uso no ano. Em relação às demais foram obtidas as seguinets respostas: inalantes (5,2%), maconha (3,7%), ansiolíticos (2,6%), cocaína (1,8%) e anfetamínicos (1,7%)”.
Ainda na comparação com os dados de 2004, a pesquisa mostra uma queda de 49,5% no percentual de estudantes da rede pública que admitiram ter utilizado drogas como maconha, solventes e crack nos 365 dias anteriores ao estudo. Apenas a cocaína não registrou queda de consumo nessa análise. O consumo de álcool caiu 35,1% entre os alunos de escolas públicas. Já o de tabaco, apresentou redução de 37,6%, de acordo com informações do G1.