Foi desbloqueada por volta nesta tarde de quarta-feira, 15, a BR 116 nas imediações de Ibó, distrito de Abaré, sob a condição do Departamento Nacional de Infraestrutura (DNIT) enviar um caminhão ainda hoje para fazer umas lombadas na pista. A pista foi fechada em protestos diante de acidentes com a movimentação intensa de caminhões que atravessam a divisa Bahia/Pernambuco.
Os quebra-molas terão sinalização vertical e horizontal. Além da medida provisória para forçar a redução de velocidade dos motoristas, representantes do órgão agendaram uma reunião dia 10 de janeiro de 2011, na Escola Estadual Josefina Gomes, às 15 horas, com o prefeito de Abaré, Delísio Oliveira (PMDB) e a comunidade.
A rodovia ficou interditada a manhã inteira pelos moradores da região para evitar novos acidentes no local. A estrada que corta o Rio São Francisco e liga à Bahia a Pernambuco foi liberada sem ter sido concluída há anos, fazendo vítimas com freqüência. O trecho interditado falta desapropriar casas que margeiam o trecho, sinalizar a pista, colocar placas e construir uma via secundária.
De acordo com o chefe da Polícia Rodoviária Federal de Paulo Afonso, Jairo Cavalcante, a manifestação era esperada e a polícia foi informada da interdição há cerca de 20 dias com um ofício.
Ainda segundo Cavalcante, os moradores pediram que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) se comprometa a cumprir as exigências, como a construção de uma nova faixa de pedestre para a travessia da ponte, de um acostamento no trecho próximo à ponte, de avenidas paralelas à rodovia e ainda a construção de lombadas e quebra-molas no trecho urbano da BR, para forçar a diminuição da velocidade dos veículos pesados.
"Não temos ainda a informação de quantos manifestantes participaram do protesto. Mas, pode ter contado com a maioria da população, formada por cerca de cinco mil pessoas", afirma o inspetor.
Obras - As obras a serem cumpridas pelo DNIT fazem parte de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) assinado em 11 de agosto de 2008 com a Procuradoria Federal e o prefeito Delísio Oliveira.
Segundo o prefeito, após cinco anos do início das obras, que custou aos cofres do Governo Federal R$ 21 milhões, as solicitações não foram atendidas. A obra foi dada como concluída e a pista liberada para o tráfego de veículos. "É um absurdo liberar uma obra dessa forma numa área super habitada onde tem muitas escolas públicas. Tem duas casas com três metros de distância da pista", disse Delísio Oliveira.
De acordo Delísio, apesar das muitas tentativas de solucionar o problema, nada foi resolvido até o momento, e seis pessoas já morreram na rodovia.
O caso mais recente foi o de um vaqueiro que estava em uma moto e foi atropelado por um caminhão. "Não é justo que vidas continuem sendo ceifadas pela falta de compromisso do DNIT, do Governo ou de quem quer que seja. Não serei conivente e nem é justo que quatro mil habitantes de Ibó tenham que viver sob a ameaça de sofrer um acidente a qualquer momento", declarou o prefeito. (Com informações do Ibó News, A Tarde e redação do BJÁ)