A pobreza diminuiu na China e em boa parte dos países da América Latina na última década, segundo estudo divulgado nesta segunda-feira (6), em Roma, pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida), organismo das Nações Unidas.
De acordo com o relatório da organização, conhecida como o banco dos pobres por conceder empréstimos a pequenos agricultores, "cerca de 350 milhões de pessoas de áreas rurais conseguiram sair da pobreza extrema na última década".
Apesar disso, "a pobreza continua sendo um fenômeno de grande magnitude e predominantemente rural", com 70% do total de 1,4 bilhão de pessoas extremamente pobres em países desenvolvidos vivendo em áreas rurais, informaram os especialistas do organismo neste relatório, publicado a cada dez anos.
Efeito China
"O percentual de pessoas que vive com menos de US$ 1,25 por dia caiu de 48% a 34%. Boa parte da redução se deve às melhoras espetaculares registradas na Ásia oriental, particularmente na China", destacou o documento.
O informe reconheceu que "o índice de pobreza rural extrema teve reduções de mais da metade na América Latina e de quase a metade no Oriente Médio e no norte da África".
"Nas duas regiões, o número de moradores das áreas rurais que vivem na pobreza extrema também caiu consideravelmente", escreveram os especialistas.
África
A pobreza continua castigando e aumenta nas áreas rurais da África subsaariana e no subcontinente da Ásia meridional, onde vive a metade da população rural extremamente pobre do mundo, estimada em um bilhão de pessoas.
"A crescente instabilidade dos preços dos alimentos, a imprevisibilidade e os efeitos do aquecimento global e diversas limitações em matéria de recursos naturais complicam os esforços para reduzir a pobreza rural", destacou o estudo.
"No informe fica claro que chegou o momento de olhar para os pequenos agricultores pobres e para os empresários rurais de uma forma completamente nova, não como sujeitos para beneficência, mas como pessoas cuja capacidade de inovação, dinamismo e trabalho duro podem aportar prosperidade", destacou Kanayo Nwanze, presidente do Fida, ao apresentar o documento.
O informe citou as consequências do aquecimento global, que prejudicará em muitos lugares a produção agrícola, como um fator que complicará o desafio que representa resolver a pobreza rural nestas regiões e ao nível mundial.