Onde quilos e meio de duas substâncias semelhantes à cocaína e crack, microcomputadores, CDs, DVDs e câmeras fotográficas apreendidos na casa do secretário de Comunicação da Prefeitura de Macaúbas, José Gricélio dos Santos, acusado de pedofilia, estão sendo periciados no Departamento de Polícia Técnica (DPT), em Salvador. Custodiado na Delegacia de Paramirim desde o último dia 5, ele também responde a processo por furto em São Paulo, seu estado de origem.
O delegado Jenivaldo Rodrigues Athayde Santos, titular de Macaúbas, encaminhou no final da manhã de ontem (11) ao Laboratório Central do DPT, instalado na Avenida Centenário, um saco plástico contendo dez quilos de um pó, de cor branca, semelhante à cocaína, 1,5 quilos de outro pó amarelado, parecido com crack, acondicionado numa lata de alumínio. Entregou também três frascos com o anestésico Cloridrato de Lidocaína e uma caixa com três maços de cigarros contrabandeados do Paraguai.
No Instituto de Criminalística Afrânio Peixoto (ICAP), os peritos estão analisando o conteúdo de dois microcomputadores, de 124 CDs e DVDs e das câmaras fotográficas também apreendidas no último dia 4, na casa do secretário, onde policiais civis cumpriram mandados de busca e apreensão e de prisão temporária, expedidos pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público. Conduzido inicialmente à Delegacia de Macaúbas, José Gricélio foi transferido no dia 5 deste mês para a Delegacia de Paramirim.
De acordo com o delegado Jenivaldo Rodrigues, o laudo de constatação deverá ser liberado pelo DPT dentro de oito dias. “Se o material analisado no Laboratório Central for realmente cocaína e crack ou algum insumo para produção destas duas drogas, o secretário de Comunicação será indiciado em inquérito por tráfico e associação ao tráfico”, informou o delegado, que comandou as buscas na residência de José Gricélio, acompanhado dos promotores Gervásio Júnior e Paulo Júnior.
A perícia também apontará se há imagens pornográficas envolvendo menores de idade nas câmeras fotográficas, nos microcomputadores e nos CDs, DVDs analisados. Segundo o delegado, a depender do conteúdo desses equipamentos e das 124 mídias periciadas, a polícia obterá mais provas. que de acordo com as investigações, teria como vítimas preferenciais meninos na faixa etária de 13 e 14 anos.
Entre as nove testemunhas ouvidas pelo delegado Jenivaldo Rodrigues estão três adolescentes, que declararam terem sido abusados sexualmente pelo acusado em várias ocasiões. Os garotos informaram que o crime era praticado na casa do pedófilo, no Povoado de Açude, ou na sede da Secretaria de Comunicação, no centro de Macaúbas.