"Acredito piamente que houve mais vazamentos, por vários relatos que recebemos", afirma a diretora do cursinho pré-vestibular Tema, Vera Lúcia Medeiros.Ela aponta como suspeito o desempenho de um outro estudante de Remanso (BA) de 17 anos que frequentou o Tema e acertou 172 das 180 questões do exame - e gabou-se do resultado nos dias seguintes. "O desempenho dele antes da prova não indicava esse resultado", diz Vera Lúcia.De acordo com quatro alunos, um estudante de 17 anos que também tem família em Remanso e frequentava cursinho pré-vestibular em Petrolina disse, no dia anterior ao início das provas, que teria o gabarito do Enem e o ofereceu aos colegas. Segundo os alunos, a denúncia só foi feita depois da conclusão do inquérito da PF porque eles imaginavam que era o mesmo caso que estava sendo investigado."No dia anterior ao exame, após a aula, esse aluno disse para um grupo, no qual eu estava, que teria o gabarito da prova do primeiro dia e, se alguém quisesse, era só falar", diz um estudante de 18 anos que tenta uma vaga em Medicina. "Na hora, não levei a sério, mas depois de ver a pontuação dele (acertou 172 das 180 questões), tudo indica que era verdade." Como os alunos que estavam junto não acreditaram, ele debochou, depois de saber quantas questões havia acertado: "Eu avisei, mas vocês não quiseram..." Outra estudante, de 17 anos, conta que houve colegas que aceitaram as respostas.Segundo os estudantes, familiares do adolescente teriam tido acesso à prova no dia anterior à aplicação e resolveram os problemas. "Recebi diversos depoimentos de alunos relatando esse caso, depois que a Polícia Federal encerrou o inquérito", diz a diretora do Curso Tema, Vera Lúcia Medeiros.O caso foi recebido com ceticismo pelo MEC. Segundo o Estado apurou, as provas foram enviadas para um quartel-general em Petrolina. Para ocorrer um vazamento da forma como foi relatado, alguém teria de entrar no quartel, romper o lacre dos malotes e furtar os exames. E alguém muito qualificado teria de resolver a prova e o aluno, memorizá-la. O MEC afirma desconhecer o vazamento e diz que os exames foram entregues no dia da aplicação, pela manhã.
Com informações do Estadão Online