quinta-feira, 5 de agosto de 2010

PARA ANTROPÓLOGO, CAMPANHA NÃO DARÁ CERTO


 
 
Enquanto o prefeito João Henrique está otimista com os resultados da campanha anti-xixi, o antropólogo Roberto Albergaria bate pé firme que de nada adiantará a iniciativa da Prefeitura. A análise do estudioso está baseada em dois aspectos: um técnico e outro cultural. Primeiro que ainda não há sanitários públicos suficientes para que as pessoas possam fazer suas necessidades fisiológicas pelas ruas. No entanto, Albergaria aprofunda a sua avaliação na questão ética dos brasileiros, sobretudo os baianos. Ele não acredita que nenhum tipo de campanha educativa será suficiente para conscientizar os soteropolitanos sobre a medida. “Sempre foi permitido fazer xixi na rua e isso é desde a época da colonização. Além disso, quem urina na rua normalmente são pobres, pessoas que, por questões educativas, não vão absorver a mensagem”, afirma. O que também é condenado pelo especialista é a repressão policial. “Tem que se levar em consideração fatores culturais. Aqui é a terra da liberdade e da libertinagem. Esse é o jeito baiano de viver. Demonizar o mijão será uma desgraça”, concluiu.